sexta-feira, 25 de julho de 2008

EUA E A REVOLUÇÃO POLÍTICA DA DÉCADA: Barack Obama mostra que está preparado para a presidência

O candidato democrata - e o preferido, segundo às pesquisas - à presidência dos Estados Unidos da América, Barack Obama, desembarcou hoje, nesta sexta-feira, na belíssima cidade de Paris para reunir-se com o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Obama está passando hoje algumas horas em Paris no intervalo entre suas visitas a Berlim e a Londres. Um dia antes, cerca de 200 mil pessoas assistiram, na capital alemã, a um discurso de Obama sobre as relações euro-americanas. O encontro de Obama com Sarkozy está marcado para o meio-dia (hora de Brasília) e a expectativa é de que eles concedam uma entrevista coletiva conjunta ao término da reunião. Sarkozy deixou uma reunião de cúpula no sudoeste da França apenas para receber Obama no Palácio do Eliseu em Paris. Sarkozy já havia se reunido antes no palácio com o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, John McCain. Sarkozy e Obama já se conhecem. Os dois reuniram-se em Washington em 2006, numa visita de Sarkozy aos EUA meses antes de ser eleito presidente da França.

Obama e Sarkozy reiteram pedido por mais tropas no Afeganistão
O provável presidente democrata da Casa Branca, Barack Obama, participou, nesta sexta-feira, em Paris, de uma entrevista coletiva com o presidente francês, Nicolas Sarkozy na qual ambos reiteraram pedidos para que sejam ampliadas as forças militares para o combate ao terrorismo no Afeganistão. "Esta é uma guerra que precisamos ganhar", disse Obama, sobre os esforços de combate ao Taleban e à rede terrorista al Qaeda, no Afeganistão. Ele disse ainda que os EUA precisam enviar mais tropas ao país para "terminar o trabalho" que começaram após nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Sarkozy pediu também por mais tropas no afeganistão, uma decisão que Obama elogiou como "corajosa". O presidente francês conversou a portas fechadas com o democrata antes da entrevista coletiva. Na Alemanha, de onde veio Obama após um elogiado discurso para cerca de 200 mil pessoas, a chanceler Angela Merkel deixou claro que se opõe a proposta de reforçar as tropas multinacionais da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no país. Em discurso aos berlinenses, Obama pediu maior aliança entre EUA e os parceiros da Otan para combater o terrorismo, um dos desafios globais do século 21. "Nenhuma nação é forte o bastante para combater o perigo do terrorismo", disse, ovacionado pelo público presente. "Os riscos estão além das fronteiras e somente uma aliança pode fazer frente aos desafios do século 21", completou. O combate no Afeganistão foi um dos temas centrais da viagem internacional de Obama pelo Oriente Médio e Europa. O democrata foi ao país em sua primeira parada e reiterou, após conversas com o presidente afegão e as tropas americanas no país, que será necessário um reforço nas tropas para combater o terrorismo.
Na entrevista em Paris, Obama falou também de outro dos "desafios do século 21", o polêmico programa nuclear iraniano. O senador por Illinois disse que o Irã deveria aceitar a proposta da União Européia de interromper o enriquecimento de urânio, que algumas nações associam à construção de armas nucleares enquanto o Irã defende que usa o programa apenas para produção de energia. Aos repórteres, Obama disse ainda que o país não deve esperar que o próximo presidente dos EUA que assumir reduza a pressão sobre seu programa nuclear. "Não esperem o próximo presidente porque a pressão, eu acredito, só vai aumentar", disse.
Obama disse ainda que tanto ele quanto Sarkozy concordam que a questão nuclear iraniana "é uma situação extremamente grave" e que o mundo "deve ensinar uma mensagem forte para pôr fim a seu programa nuclear ilícito".
Amigo
Sarkozy disse em entrevista ao jornal "Le Figaro", publicado nesta sexta-feira, que Obama é seu amigo. "Ao contrário de meus conselheiros da célula diplomática, nunca acreditei nas possibilidades de Hillary Clinton. Sempre achei que Obama seria designado", revela Sarkozy.
A visita do senador americano será rápida, já que Obama "reservou o jantar para o primeiro-ministro britânico Gordon Brown", aponta o "Le Figaro". "Sou o único francês que o conhece", disse ainda Sarkozy, que esteve com Barack Obama em 2006, no Congresso, em Washington, e diz ter "boas recordações" desse encontro.
Berlim
Obama chegou em Berlim na manhã desta quinta-feira e partiu direto do aeroporto para a chancelaria, onde teve uma reunião a portas fechadas com a chanceler Angela Merkel.
Um porta-voz da chanceler disse que os dois tiveram uma conversa "muito aberta" sobre uma grande variedade de assuntos. Segundo comunicado de Ulrich Wilhelm, os dois discutiram temas importantes de política externa, como a situação do programa nuclear do Irã, o Afeganistão, Paquistão e o processo de paz no Oriente Médio. As conversas entre Obama e Merkel, realizadas a portas fechadas na chancelaria, incluíram também uma parceria econômica e a "necessidade de cooperação no nível internacional e entre organizações internacionais para resolver importantes questões globais". Foi justamente esta necessidade de uma parceria entre os EUA e a Europa que Obama ressaltou em seu discurso público em frente à Coluna da Vitória, em Berlim.
Obama, que foi ovacionado várias vezes pelas dezenas de milhares de alemães presentes, afirmou que houve diferenças entre os EUA e a Europa e que haverá diferenças no futuro, "mas a colaboração e a parceria entre as nações é o único caminho para avançar nos propósitos comuns". "Agora é hora de construir pontes entre os países. Derrotar o terrorismo e nos juntar contra os muçulmanos que vivem pelo ódio em vez da esperança", disse Obama, em discurso, no parque Tiergarten. O democrata pediu que os países europeus trabalhem com os EUA no reforço do combate aos militantes terroristas da Al Qaeda e do Taleban no Afeganistão, um dos locais que visitou durante sua viagem internacional. Nesta manhã, diversos jornalistas esperavam em frente ao luxuoso e centenário hotel Adlon, localizado junto ao Portão de Brandeburgo, onde Obama está hospedado. A viagem internacional de Obama --a primeira como presidenciável-- inclui ainda uma passagem por Londres. Depois, ele deve retornar a Chicago, para descobrir se a viagem efetivamente ampliou suas credenciais em política externa e assuntos de segurança nacional.
fonte: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/mundo

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