

Ainda recebeu o apoio de artistas como o cantor Will.I.Am e a líder das Pussycat Dolls, Nicole Scherzinger, que chegaram a gravar um vídeo denominado Yes We Can para a campanha do senador. Obama ganhou na 1ª prévia pelo Partido Democrata, em Iowa, no dia 3 de janeiro de 2008, saindo na frente de Hillary Clinton e John Edwards. Já na 2ª prévia Hillary Clinton bateu Obama por três pontos percentuais nas primárias do Nova Hampshire.[1] O senador Barack Obama venceu em 26/01/2008 por uma larga vantagem nas primárias do partido democrata em Carolina do Sul, onde recebeu o dobro dos votos da senadora Hillary Clinton, devido ao grande apoio recebido dos negros que representaram metade dos cidadãos que foram votar.[2] Durante os cinco primeiros meses de 2008, Obama e a sra. Clinton protagonizaram uma renhida disputa pela nomeação que ficou decidida em fins de Maio, quando o senador ultrapassou os 2118 delegados necessários para lhe garantir a nomeação (2156 de Obama contra 1923 de Hillary Clinton). A 4 de Junho, depois de vencer as primárias do partido no estado de Montana, Barak Obama assumiu-se como o candidato dos democratas para as eleições de 4 de Novembro, embora tenha ainda de aguardar pela convenção do Partido Democrata, a ter lugar em Agosto, em que será formalmente nomeado. A 7 de Junho Hilary Clinton disiste a sua candidatura apoiando Obama a concorrer as presidenciais.

Cerca de 40 anos depois da Suprema Corte dos Estados Unidos ter tomado decisões que acabaram oficialmente com a segregação racial no país, o Partido Democrata está prestes a fazer História ao escolher o primeiro negro para concorrer à Casa Branca. De acordo com a campanha do senador de Illinois, ele está a apenas 11 votos de obter a vitória matemática sobre Hillary Clinton, graças ao apoio dado nas últimas horas por superdelegados com direito a voto na Convenção Nacional Democrata. A escolha coroa a extraordinária campanha de um político que era praticamente desconhecido do grande público há 12 meses. Desde então, Obama usou a internet, uma grande capacidade de organização e uma retórica que lembra os oradores do movimento negro por direitos civis para gerar o entusiasmo que garantiu a ele a vitória sobre a franca favorita, a ex-primeira-dama e senadora Hillary Clinton. Hillary e o marido, o ex-presidente Bill Clinton, controlavam a maior parte da máquina partidária antes de serem atropelados pelo senador em primeiro mandato.
Apesar do racismo e da discriminação persistirem nos Estados Unidos, Obama foi capaz de construir uma coalizão que juntou o entusiasmo dos jovens com o apoio dos democratas mais ricos e mais educados, que foram seduzidos pelo slogan do "Sim, Podemos", pela promessa de acabar com a guerra do Iraque e a prisão de Guantánamo e de promover uma reforma completa da política doméstica e externa dos Estados Unidos depois de dois mandatos de George W. Bush.
Nas próximas semanas a tarefa de Barack Obama será a de consolidar o seu apoio partidário. Em Montana, onde a temporada de prévias se encerrou, 60% dos democratas que votaram em Hillary disseram que votarão em Obama em novembro, mas 25% afirmaram que preferem o candidato republicano John McCain. Não se sabe ainda qual será o papel da senadora na campanha. Não foi descartada, ainda, a indicação dela a vice na chapa do partido, uma escolha que dependerá acima de tudo dos cálculos eleitorais do próprio Obama. O senador demonstrou capacidade de atrair votos mesmo em estados de população majoritariamente branca. O problema dele parece ser mais geográfico do que racial. Obama se deu bem em estados historicamente liberais - como o Oregon - ou naqueles em que a economia não está completamente deprimida - Iowa, por exemplo. Mas fracassou miseravelmente em estados essenciais para uma vitória em novembro, como Ohio e a Pensilvânia, onde não foi capaz de conectar especialmente com os eleitores brancos de classe média baixa. Mas a escolha do Partido Democrata não deixa de ser extraordinária: há apenas cinco décadas, em algums regiões dos Estados Unidos - especialmente no Sul - a segregação entre brancos e negros era política oficial. Só em 1954, na famosa ação Brown vs. Board of Education, a Suprema Corte do país derrubou oficialmente a segregação nas escolas. As fotos que ilustram esse texto são, em si, um retrato dessa mudança: a que aparece abaixo da família Obama retrata um negro usando um bebebouro para "gente de cor" em Oklahoma City, Oklahoma, em 1939. A escolha de Obama se reveste de uma importância especial dadas as circunstâncias que tornam qualquer candidato democrata franco favorito para vencer em novembro. De acordo com pesquisa Gallup feita para o jornal USA Today, 55% dos americanos dizem que estão pior financeiramente hoje do que há um ano, o maior índice desde que o levantamento começou a ser feito. Além disso, usando uma inovadora campanha baseada acima de tudo em pequenas contribuições feitas através da internet, o senador de Illinois bateu todos os recordes de arrecadação. Só para se tornar candidato democrata gastou mais de 200 milhões de dólares.

Obama e McCain são donos de lições políticas importantes, especialmente a da capacidade de sobreviver e agarrar-se a uma perspectiva. Mas nos Estados Unidos de hoje, talvez a história de vida de Obama seja capaz de convencer melhor o eleitorado. Obama é considerado um fenômeno político, dizem sociólogos americanos, muito mais pelas transformações pelas quais a sociedade americana está passando. São transformações profundas trazidas por imigrantes e negros e, na figura de Obama, argumentam alguns, concentra-se a noção de um tipo de “justiça”. Essa não é, evidentemente, uma categoria com a qual se pode operar com seguran
ça nas previsões eleitorais. Mas é uma categoria política no seu sentido mais amplo. O inescrutável em Obama, conforme assinalam seus críticos, é saber exatamente o que ele quer. Alguns dos perfis políticos e psicológicos de Obama (como o excelente “The Conciliator”, de Larissa MacFarquhar, publicado no “New Yorker” de 7 de maio de 2007) mostram uma personalidade que abandonou a indignação e o protesto em favor, quase sempre, da conciliação e da harmonia. Isso se traduz em que, quando se pensa no Iraque? Ou em que propostas, quando se pensa na rodada de Doha? Ou na política de imigração? De novo, aqui os amigos de Obama preferem assinalar seu papel histórico, ou melhor, o papel histórico daquilo que ele representa. Nesse sentido, não são tão importantes, para o julgamento da figura, aquilo que ele diz ou até faz mas, sim, aquilo que cristalizou em sua biografia política e através de sua biografia social. É um ponto interessante para sociólogos, antropólogos e cientistas políticos, mas vai dar trabalho a jornalistas e diplomatas, os que mais se interessam em prever o que pode acontecer no curto prazo.
O Jornal da Globo do dia em que Obama agarrou a nomeação democrata (foi nesta última terça, 3 de junho) começou dizendo aos telespectadores que se preparem para uma campanha política espetacular. Aqui, porém, cabe uma nota de cautela. Não esperem um duelo entre mocinho e bandido no estilo dos melhores faroestes americanos. A escolha entre Obama e McCain não é entre direita e esquerda, entre o bem e o mal, entre o progresso e o atraso, entre o liberal e o conservador. É uma formidável manifestação de um país que reencontra algumas de suas melhores tradições – entre elas a da tolerância, a da liberdade do indivíduo, a da oportunidade garantida a todos – trucidadas para quase uma década de bushismo. Até McCain reconhece isso.Obama é um “tribuno” brilhante, ninguém questiona isso. Como orador está quase ao nível dum JFK, com um qual tem vindo a ser comparado. Esta teoria ganhou muito relevo quando a filha de defunto presidente apoiou Obama, afirmando que ele lhe fazia lembrar o Pai. Logo os “Obamistas”, se assim lhes posso chamar, exultaram de alegria e disseram que ali estava a prova provada que aquele era o novo Kennedy. Lamento ser o desmancha-prazeres, mas tenho que discordar: mesmo não levando em conta que o que se passou não foi mais que uma luta de poder entre os dois clãs que dominam o partido democrata, Obama nunca consegue sequer chegar aos pés de Kennedy. Kennedy, tal como Obama, tinha um grande discurso e poder de oratória mas ao contrario do segundo, o primeiro tinha conteúdo; tinha objectivos: em relação á ida á lua, guerra fria, politica económica etc., estando todos estes objectivos presentes nos seus discursos. Já os discursos de Obama limitam-se a uma repetição incessante das palavras, “hope”, “change” e o já famoso “Yes we can!”. Pois bem o que eu pergunto é: Hope for what? Change what and how? We can do what? Ninguém sabe responder a esta pergunta, porque o senhor Obama, esperto como é, nunca aborda estes temas. Mantêm-se sempre dentro do prudente policamente-correcto, não vá chatear alguém, ou incomodar algum interesse. A única coisa que sabemos de Obama é que: quer aumentar o peso do estado na economia, e alargar a segurança social, e deseja fugir o mais depressa possível do Iraque para depois, vejam lá a prudência e o pacifismo deste candidato, ir bombardear o norte do Paquistão, (um país com um arsenal nuclear) onde alegadamente estão acampamentos da Al-Quaeda.No começo da campanha eleitoral, ainda em 2007, poucos apostavam na candidatura de Barack Hussein Obama. Senador por Illinois em seu primeiro mandato, ele era um desconhecido diante da ex-primeira-dama Hillary Clinton. Mas com uma estratégia bem definida --ganhar as pequenas votações e "caucus" (assembléias de eleitores)-- e a percepção de que os eleitores buscam uma mudança na administração do país --principal lema de sua campanha--, Obama conquistou a nomeação democrata com o apoio em massa dos superdelegados após as últimas primárias democratas. Na noite de 3 de junho, após a contagem dos votos de Montana e Dakota do Sul, a equipe de campanha de Obama celebrou a conquista inédita. Obama é o primeiro negro a se tornar candiato à Presidência dos EUA por um grande partido. E a questão racial, mesmo que de forma velada, pontuou a campanha do senador. Após a descoberta dos sermões controversos de Jeremiah Wright, seu ex-pastor por 20 anos com quem teve que romper, Obama fez um discurso sobre a temática que ficou marcado como exemplo do poder de sua retórica que atrai milhares aos seus comícios. "Escolhi disputar a Presidência neste momento histórico porque acredito profundamente que não podemos resolver os desafios de nossa era a não ser que o façamos juntos, a não ser que aperfeiçoemos nossa união ao compreender que, embora nossas histórias pessoais possam diferir, temos esperanças comuns", disse Obama, na época. Mesmo sem anunciar constantemente o fato de poder ser o primeiro presidente negro dos EUA, é entre os eleitores negros que Obama tem os maiores índices de votação. Uma pesquisa recente do instituto Gallup mostrou que Obama tem 93% das intenções de votos entre este eleitorado. Contudo, outra pesquisa do mesmo instituto avaliou o impacto da questão racial e mostrou que uma grande maioria dos eleitores negros, 78%, e uma maioria ainda maior dos eleitores brancos, 88%, negam a influência da questão racial em seu voto. O mesmo cenário aparece entre os eleitores hispânicos; 60% deles afirmam que não votam por questões raciais. Outro grande eleitorado de Obama está na camada mais jovem da população, os estudantes de classe média e alta que vivem em meio à diversidade das universidades, influenciados pelo rap e pela música negra em geral. "A verdadeira essência do apelo de Obama é a idéia de que ele representa o idealismo racial --a idéia de que raça é algo que os EUA podem transcender", disse Shelby Steele, pesquisadora da Instituição Hoover da Universidade Stanford, ao "Wall Street Journal". "É uma idéia muito atraente. Muitos americanos realmente gostariam de encontrar um candidato negro em quem poderiam votar tranqüilamente para presidente dos EUA", completa. Em seu discurso sobre o tema, Obama falou que espera transcender as diferenças entre os povos para que juntos possam conquistar um futuro melhor para seus filhos e netos. "Essa crença deriva de minha fé inabalável na decência e na generosidade do povo dos Estados Unidos. Mas também deriva de minha história pessoal como americano".


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