
O centenário da morte do escritor carioca Machado de Assis ocorre nesta segunda-feira. Nascido Joaquim Maria Machado de Assis, em 1839, o romancista tornou-se um dos mais respeitados da literatura brasileira. O vasto currículo do autor começou a ser preenchido por volta dos 15 anos, quando publicou um poema em uma revista do Rio de Janeiro. Esforçado, o jovem Machado usava seu talento para escrever crônicas, contos e até para fazer críticas literárias.
O lançamento das obras Ressurreição, 1872, e Helena, 1876, marcaram o início de sua carreira literária.Embora publicasse seus textos desde a adolescência, o escritor só atingiu o ápice depois dos 40 anos, com a publicação, em 1880, de Memórias Póstumas de Brás Cubas, em capítulos nos jornais. O livro sairia no ano seguinte. Depois do narrador-defunto viriam outras quatro obras memoráveis: Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires, além de outras dezenas de contos.Mesmo sem ter freqüentado uma universidade, Machado se destacava por sua facilidade de aprender. O escritor, no entanto, tinha uma saúde frágil. Sofria de crises nervosas, problemas digestivos e infecções nos olhos. A vida desregrada de Machado tornou-se mais estável quando ele se casou com Carolina Xavier de Novaes, em 1869. Mas a perda de sua parceira, em 1904, deixou sua rotina mais triste. O escritor, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, morreu no dia 29 de setembro de 1908, em sua casa no Rio de Janeiro. Filho do
mulato Francisco José de Assis, pintor de paredes e descendente de
escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma lavadeira
portuguesa da
Ilha de São Miguel. Machado de Assis, que era
canhoto [1], passou a
infância na chácara de D. Maria José Barroso Pereira, viúva do senador
Bento Barroso Pereira, na
Ladeira Nova do Livramento, (como identificou Michel Massa), onde sua família morava como agregada, no Rio de Janeiro. De saúde frágil,
epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Ficou órfão de mãe muito cedo e também perdeu a irmã mais nova.

Não freqüentou
escola regular, mas, em
1851, com a morte do pai, sua madrasta Maria Inês, à época morando no bairro em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com
professores e
alunos e é provável que tenha assistido às aulas quando não estava trabalhando.Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jovem. Em São Cristóvão, conheceu a senhora
francesa Madamme Gallot, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de francês, que Machado acabou por falar fluentemente, tendo traduzido o romance
Os Trabalhadores do Mar, de
Victor Hugo, na juventude.Também aprendeu inglês, chegando a traduzir poemas deste idioma, como
O Corvo, de
Edgar Allan Poe. Posteriormente, estudou
alemão, sempre como
autodidata. Joaquim Maria Machado de Assis (
Rio de Janeiro,
21 de junho de
1839 — Rio de Janeiro,
29 de setembro de
1908) foi um
romancista,
contista,
poeta e
teatrólogo brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da
literatura desse país e identificado, pelo crítico
Harold Bloom, como o maior escritor afro-descendente de todos os tempos. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando. Sua vasta obra inclui também
crítica literária. É considerado um dos criadores da
crônica no país, além de ser importante
tradutor, vertendo para o
português obras como
Os Trabalhadores do Mar, de
Victor Hugo e o poema
O Corvo, de
Edgar Allan Poe. Foi também um dos fundadores da
Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente, também chamada de Casa de Machado de Assis.De origem humilde, Machado de Assis iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, cujo diretor era o romancista
Manuel Antônio de Almeida. Em
1855, aos quinze anos, estreou na literatura, com a publicação do poema "Ela" na revista Marmota Fluminense. Continuou colaborando intensamente nos jornais, como cronista, contista, poeta e crítico literário, tornando-se respeitado como intelectual antes mesmo de se firmar como grande romancista. Machado conquistou a admiração e a amizade do romancista
José de Alencar, principal escritor da
época.Em
1864 estréia em livro, com Crisálidas (poemas). Em
1869, casa-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais e quatro anos mais velha do que ele. Em
1873, ingressa no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, como primeiro-oficial. Posteriormente, ascenderia na carreira de servidor público, aposentando-se no cargo de diretor do Ministério da Viação e Obras Públicas. Podendo dedicar-se com mais comodidade à carreira literária, escreveu uma série de livros de caráter
romântico.

É a chamada primeira fase de sua carreira, marcada pelas obras:
Ressurreição (
1872),
A Mão e a Luva (
1874),
Helena (
1876), e
Iaiá Garcia (
1878), além das coletâneas de contos
Contos Fluminenses (
1870), ,
Histórias da Meia Noite (
1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (
1864), Falenas (1870), Americanas (
1875), e das peças Os Deuses de Casaca (
1866), O Protocolo (
1863), Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1864) e Quase Ministro (1864).Em
1881, abandona, definitivamente, o romantismo da primeira fase de sua obra e publica
Memórias Póstumas de Brás Cubas, que marca o início do
realismo no Brasil. O livro, extremamente ousado, é escrito por um defunto e começa com uma dedicatória inusitada: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas". Tanto Memórias Póstumas de Brás Cubas como as demais obras de sua segunda fase vão muito além dos limites do realismo, apesar de serem normalmente classificados nessa escola. Machado, como todos os autores do gênero, escapa aos limites de todas as escolas, criando uma obra única.Na segunda fase suas obras tinham caráter realista, tendo como características: a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo.

Da segunda fase, são obras principais:
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881),
Quincas Borba (
1892),
Dom Casmurro (
1900),
Esaú e Jacó (
1904),
Memorial de Aires (
1908), além das coletâneas de contos Papéis Avulsos (
1882),
Várias Histórias (
1896), Páginas Recolhidas (
1906),
Relíquias da Casa Velha (1906), e da coletânea de poesias Ocidentais. Em 1904, morre Carolina Xavier de Novaes, e Machado de Assis escreve um de seus melhores poemas, Carolina, em homenagem à falecida esposa. Muito doente, solitário e triste depois da morte da esposa, Machado de Assis morreu em
29 de setembro de
1908, em sua velha casa no bairro carioca do
Cosme Velho. Nem nos últimos dias, aceitou a presença de um padre que lhe tomasse a confissão. Bem conhecido pela quantidade de pessoas que visitaram o escritor carioca em seus últimos dias, como
Mário de Alencar,
Euclides da Cunha e Astrogildo Pereira (ainda rapaz e por isso desconhecido dos demais escritores), ficcionalmente o tema da morte de Machado de Assis foi revisto por
Haroldo Maranhão.