segunda-feira, 29 de setembro de 2008

TEMPESTADE FINANCEIRA: A CRISE SE AGRAVA

Câmara dos EUA rejeita pacote; Bovespa chega a interromper atividade

A Câmara dos Estados Unidos rejeitou nesta segunda-feira o pacote de socorro ao setor financeiro por 228 votos contra e 205 a favor . Para aprovação, seriam necessários 218 parlamentares favoráveis. Entre os votos contrários ao plano de ajuda, 133 vieram do Partido Republicano (do presidente George W. Bush) e 95 do Democrata. Parlamentares defensores das medidas disseram que vão se esforçar para que o pacote volte a ser considerado pelo Congresso o quanto antes, segundo o site do jornal "The New York Times". Em conseqüência da rejeição à proposta, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu mais de 10% e teve suas operações interrompidas, voltando a funcionar depois de cerca de meia hora. O principal indicador de ações fechou em queda de 9,36%.Segundo informações da Casa Branca, após o anúncio da rejeição, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que ficou "muito decepcionado" e confirmou que se reunirá ainda nesta segunda-feira com seus assessores para determinar os próximos passos a serem dados.Congressistas dos Estados Unidos haviam anunciado no domingo (28) que chegaram a um acordo sobre como seria o socorro do governo ao setor financeiro, informação que agora se mostra incorreta.Ainda que as discordâncias entre parlamentares fossem nítidas, a rejeição à proposta pega muitos investidores de surpresa, uma vez que há um consenso entre os legisladores americanos de que é necessária alguma medida significativa contra a crise. Instituições financeiras dos Estados Unidos passam por seu pior momento desde a Grande Depressão, ocorrida no final da década de 1920 e nos anos de 30. Por terem grande liberdade de atuação, bancos americanos investiram fortemente em papéis ligados a empréstimos hipotecários de alto risco. Os títulos foram sendo repassados de uma instituição a outra, aumentando o número de bancos expostos a esse risco. O aumento da inadimplência nos empréstimos hipotecários provocou fortes perdas nas instituições expostas a esses títulos. Os papéis se tornaram ilíquidos, ou seja, há pouquíssimo interesse dos investidores em comprá-los devido à incerteza em torno do seu valor real.O debate sobre o salvamento do setor financeiro gira em torno de o que fazer com esses títulos e como evitar que, futuramente, ocorra novamente esse problema. Nas últimas semanas, o governo dos EUA teve que resgatar grandes instituições, como as duas maiores empresas americanas que operam títulos de créditos imobiliários (Fannie Mae e Freddie Mac).Outros bancos em dificuldade acabaram sendo comprados por instituições privadas. O Merrill Lynch foi adquirido pelo Bank of America; o Washington Mutual, pelo JPMorgan Chase; o Wachovia pelo Citigroup.O pacote de socorro serviria apenas para apagar o incêndio financeiro nos EUA. Para remover de uma vez os escombros e reerguer o mercado com segurança, analistas têm defendido novas regras de regulação do setor.

Se o futuro dos bancos já estava preocupante, agora tomou ares dramáticos. Por 228 a 205, o Congresso Americano acabou de rejeitar o pacote de ajuda aos bancos, e ninguém tem idéia de como ficará a economia a partir de agora. A Bovespa acaba de interromper suas atividades para evitar o overreaction, e as previsões são sombrias. Estava caindo mais de 10% quando o pregão foi interrompido. Ontem foi anunciado o acordo para aprovação do pacote, mas pelo jeito a reação da população, que pressionou os congressistas, foi intensa desde então.O dólar deve subir rapidamente nas próximas horas, e a dica é esperar um pouco.Não tente comprar desesperadamente a moeda americana, porque o mercado vai entrar em uma turbulência absurda nos próximos dias.O Governo americano deve ter um plano de contingência, caso contrário, amanhã a quebradeira de alguns bancos será inevitável.Em meio à pressão da opinião pública, os congressistas não quiseram saber de auxílio aos banqueiros, com a conta indo parar no colo da população, enquanto estes ainda queriam receber polpudos bônus no fim do ano, mesmo falidos.Ainda não se sabe qual é a providência que o Governo tomará a partir de agora, ou mesmo se o pacote ainda voltará ao Congresso, mas a situação ficará muito ruim nos próximos dias.A bolsa de Nova York teve hoje a maior queda da sua história, com mais de 6%, e a Nasdaq caiu mais de 9%.Depois de entrar em Circuit Breaker (as operações são paralisadas por 30 minutos quando ultrapassam 10% de variação diária), a Bovespa voltou a operar, mas despencou feio, chegando a uma queda de 13,3%.No final se recuperou um pouco, mas fechou com uma queda de quase 10%. Se bobear amanhã teremos feriado bancário nos EUA, porque a onda de saques bancários será inevitável.

100 anos sem Machado de Assis

O centenário da morte do escritor carioca Machado de Assis ocorre nesta segunda-feira. Nascido Joaquim Maria Machado de Assis, em 1839, o romancista tornou-se um dos mais respeitados da literatura brasileira. O vasto currículo do autor começou a ser preenchido por volta dos 15 anos, quando publicou um poema em uma revista do Rio de Janeiro. Esforçado, o jovem Machado usava seu talento para escrever crônicas, contos e até para fazer críticas literárias.
O lançamento das obras Ressurreição, 1872, e Helena, 1876, marcaram o início de sua carreira literária.Embora publicasse seus textos desde a adolescência, o escritor só atingiu o ápice depois dos 40 anos, com a publicação, em 1880, de Memórias Póstumas de Brás Cubas, em capítulos nos jornais. O livro sairia no ano seguinte. Depois do narrador-defunto viriam outras quatro obras memoráveis: Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires, além de outras dezenas de contos.Mesmo sem ter freqüentado uma universidade, Machado se destacava por sua facilidade de aprender. O escritor, no entanto, tinha uma saúde frágil. Sofria de crises nervosas, problemas digestivos e infecções nos olhos. A vida desregrada de Machado tornou-se mais estável quando ele se casou com Carolina Xavier de Novaes, em 1869. Mas a perda de sua parceira, em 1904, deixou sua rotina mais triste. O escritor, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, morreu no dia 29 de setembro de 1908, em sua casa no Rio de Janeiro. Filho do mulato Francisco José de Assis, pintor de paredes e descendente de escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma lavadeira portuguesa da Ilha de São Miguel. Machado de Assis, que era canhoto [1], passou a infância na chácara de D. Maria José Barroso Pereira, viúva do senador Bento Barroso Pereira, na Ladeira Nova do Livramento, (como identificou Michel Massa), onde sua família morava como agregada, no Rio de Janeiro. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Ficou órfão de mãe muito cedo e também perdeu a irmã mais nova. Não freqüentou escola regular, mas, em 1851, com a morte do pai, sua madrasta Maria Inês, à época morando no bairro em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é provável que tenha assistido às aulas quando não estava trabalhando.Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jovem. Em São Cristóvão, conheceu a senhora francesa Madamme Gallot, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de francês, que Machado acabou por falar fluentemente, tendo traduzido o romance Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, na juventude.Também aprendeu inglês, chegando a traduzir poemas deste idioma, como O Corvo, de Edgar Allan Poe. Posteriormente, estudou alemão, sempre como autodidata. Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um romancista, contista, poeta e teatrólogo brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da literatura desse país e identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor afro-descendente de todos os tempos. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando. Sua vasta obra inclui também crítica literária. É considerado um dos criadores da crônica no país, além de ser importante tradutor, vertendo para o português obras como Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo e o poema O Corvo, de Edgar Allan Poe. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente, também chamada de Casa de Machado de Assis.De origem humilde, Machado de Assis iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, cujo diretor era o romancista Manuel Antônio de Almeida. Em 1855, aos quinze anos, estreou na literatura, com a publicação do poema "Ela" na revista Marmota Fluminense. Continuou colaborando intensamente nos jornais, como cronista, contista, poeta e crítico literário, tornando-se respeitado como intelectual antes mesmo de se firmar como grande romancista. Machado conquistou a admiração e a amizade do romancista José de Alencar, principal escritor da época.Em 1864 estréia em livro, com Crisálidas (poemas). Em 1869, casa-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais e quatro anos mais velha do que ele. Em 1873, ingressa no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, como primeiro-oficial. Posteriormente, ascenderia na carreira de servidor público, aposentando-se no cargo de diretor do Ministério da Viação e Obras Públicas. Podendo dedicar-se com mais comodidade à carreira literária, escreveu uma série de livros de caráter romântico. É a chamada primeira fase de sua carreira, marcada pelas obras: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876), e Iaiá Garcia (1878), além das coletâneas de contos Contos Fluminenses (1870), , Histórias da Meia Noite (1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), e das peças Os Deuses de Casaca (1866), O Protocolo (1863), Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1864) e Quase Ministro (1864).Em 1881, abandona, definitivamente, o romantismo da primeira fase de sua obra e publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, que marca o início do realismo no Brasil. O livro, extremamente ousado, é escrito por um defunto e começa com uma dedicatória inusitada: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas". Tanto Memórias Póstumas de Brás Cubas como as demais obras de sua segunda fase vão muito além dos limites do realismo, apesar de serem normalmente classificados nessa escola. Machado, como todos os autores do gênero, escapa aos limites de todas as escolas, criando uma obra única.Na segunda fase suas obras tinham caráter realista, tendo como características: a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo. Da segunda fase, são obras principais: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), além das coletâneas de contos Papéis Avulsos (1882), Várias Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1906), Relíquias da Casa Velha (1906), e da coletânea de poesias Ocidentais. Em 1904, morre Carolina Xavier de Novaes, e Machado de Assis escreve um de seus melhores poemas, Carolina, em homenagem à falecida esposa. Muito doente, solitário e triste depois da morte da esposa, Machado de Assis morreu em 29 de setembro de 1908, em sua velha casa no bairro carioca do Cosme Velho. Nem nos últimos dias, aceitou a presença de um padre que lhe tomasse a confissão. Bem conhecido pela quantidade de pessoas que visitaram o escritor carioca em seus últimos dias, como Mário de Alencar, Euclides da Cunha e Astrogildo Pereira (ainda rapaz e por isso desconhecido dos demais escritores), ficcionalmente o tema da morte de Machado de Assis foi revisto por Haroldo Maranhão.

sábado, 27 de setembro de 2008

ELEIÇÕES AMERICANAS - O DEBATE DA DÉCADA

O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, e seu rival republicano, John McCain, duelaram sobre gastos do governo, impostos e a guerra do Iraque no primeiro debate presidencial na sexta-feira, e Obama atribuiu a crise em Wall Street às fracassadas políticas republicanas apoiadas por McCain. Em um debate televisionado de 90 minutos, os dois candidatos diversas vezes discordaram sobre abordagens relacionadas à política econômica e externa, em uma série de respostas afiadas que realçaram as diferenças entre suas posições. Mas ambos disseram-se otimistas com relação ao plano de resgate de 700 bilhões de dólares para o setor financeiro, mas concordaram que o alto custo do pacote limitaria a agenda presidencial.
McCain disse que congelará gastos federais na maior parte dos programas que não sejam destinados à defesa e à assistência aos veteranos de guerra, e acusou Obama de ser um liberal gastador que não pode unir republicanos e democratas. "O senador Obama tem o maior registro de votos liberais no Senado", disse McCain. "É difícil falar a todos de uma posição tão à esquerda." Obama disse que McCain cortaria impostos para os ricos e que diminuiria a taxação sobre as empresas. Ele várias vezes tentou ligar McCain às políticas do presidente George W. Bush. "Este é o veredicto final para oito anos de política econômica fracassada promovida por George W. Bush e apoiada pelo senador McCain", disse Obama sobre a crise econômica em Wall Street. Obama, um senador por Illinois, disse que não será capaz de fazer tudo o que quer em seu governo por causa do pacote, mas afirmou que a proposta de McCain de congelar os gastos era como "usar um machadinho quando você precisa de um bisturi".
"Nós finalmente vimos republicanos e democratas sentando-se, negociando juntos e elaborando um pacote", disse McCain. O debate estava previsto para discutir política externa e segurança nacional, mas os distúrbios em Wall Street têm dominado as discussões na campanha nas últimas duas semanas e foram o primeiro tópico levantado. As conversas na Casa Branca entre McCain, Obama e líderes congressistas acabaram em desarranjo na quinta-feira, sem acordo sobre o socorro de 700 bilhões de dólares proposto pelo governo Bush.

FORA DE CONTROLE
McCain disse que a restrição aos gastos seria uma parte vital para a recuperação econômica. "A razão, uma das maiores razões de nós estarmos com as dificuldades que temos hoje, é que os gastos estão fora de controle", afirmou.Obama disse que McCain havia apoiado planos com gastos de Bush e dos republicanos."John, foi o seu presidente, com quem você disse que concordava em 90 por cento do tempo, que presidiu esse aumento nos gastos", disse. Esperava-se para o debate uma audiência bem maior que a dos 40 milhões de americanos que assistiram aos discursos de formalização das candidaturas de Obama e McCain. O evento pode ser decisivo para as eleições de 4 de novembro.Pesquisas de opinião pública mostram que Obama bate McCain na questão sobre quem seria o melhor a liderar o país em questões econômicas, e a maior parte dos levantamentos mostra que o democrata tem uma pequena e crescente vantagem sobre o republicano nas intenções de voto.Quando o debate voltou-se à política externa, Obama criticou McCain por apoiar a invasão militar no Iraque. McCain tem sido um dos maiores defensores da guerra."A primeira questão é se nós deveríamos ter embarcado nessa guerra", disse Obama, senador por Illinois que desde o início opôs-se à guerra. McCain disse que a grande pergunta para o próximo presidente será "como nós sairemos e quando nós sairemos" do Iraque. Ele disse que Obama mostrou-se equivocado ao opor-se ao plano que resultou no aumento das tropas no Iraque e que conseguiu reduzir a violência no país. McCain também atacou Obama por sua disposição de conversar com líderes de nações tidas como hostis, como o Irã, sem pré-condições. Mas Obama alegou que Henry Kissinger, ex-secretário de Estado e um dos conselheiros de McCain em política externa, apóia essa postura. Os dois candidatos também discordaram sobre o Paquistão. Obama disse que os Estados Unidos devem atacar militantes no Paquistão se Islamabad não demonstrar a disposição de fazê-lo. McCain disse que não apoiaria tal política.

IRAQUE - OBAMA CONTRA, McCAIN À FAVOR
Um dos pontos centrais do debate entre John McCain e Barack Obama na Universidade do Mississippi teve uma acalorada discussão na noite de ontem. O candidato republicano comentou que, depois de alguns percalços, as forças dos EUA estão vencendo a guerra, enquanto Obama criticou que o país tem dado atenção excessiva ao Iraque e abandonado o vizinho Afeganistão. "Quando entramos no Iraque todos celebraram. Depois a guerra foi mal-dirigida. Criamos então uma estratégia bem-sucedida. Estamos vencendo, vamos voltar para casa com honra. Veremos um aliado estável e uma democracia que vai se desenvolver. A conseqüência da derrota seria o aumento da influência iraniana na região. Vamos voltar para casa como fizemos em outras guerras, sem derrota, declarou McCain Obama rebateu: "Para mim, a questão é: Será que deveríamos ter nos envolvido nesta guerra? Eu me opus a esta guerra até porque não havíamos terminado o trabalho no Afeganistão. Mas McCain e o presidente Bush não pensavam assim. Já gastamos US 600 bilhões e perdemos o foco. Ainda estamos gastando US 10 bilhões por mês, em um momento de grandes dificuldades domésticas(...) Acho que a lição a ser aprendida aqui é que nunca devemos hesitar para usar a força militar, mas devemos usar de forma inteligente. Não foi o caso do Iraque. McCain alfinetou: "O senador Obama não foi ao Iraque por 900 dias. O senador democrata Barack Obama afirmou ser muito difícil saber o que poderá ser feito no país sem ter certeza do orçamento disponível para o próximo ano. No entanto, frisou que certos projetos fundamentais para o país talvez precisem ser adiados por conta da crise. Obama citou o setor de energia como um dos que terão máxima atenção durante seu governo, afirmando ser fundamental diminuir a dependência de petróleo dos EUA dos países do Oriente Médio.O democrata afirmou ainda que é preciso focar em energias alternativas, como biodiesel e a energia eólica. O candidato democrata citou ainda que é preciso fortalecer o sistema de saúde do americano, que gasta quase 30% do seu orçamento para custeá-lo. Além disso, Obama disse que não é possível esquecer da educação, área em que é necessário sempre manter o país competitivo. "Nossas crianças têm que ficar atualizadas em ciências e matemática, áreas fundamentais para competir no mundo globalizado", disse. O senador republicano John McCain, por sua vez, concordou que é preciso cortar gastos e fiscalizar as instituições. Ele disse ser a favor de cortar os subsídios ao etanol e eliminar contratos em que os gastos saiam de controle. McCain afirmou também saber da importância dos gastos com defesa, mas disse ser preciso reduzir esses custos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

PÂNICO: UMA NOVA GRANDE DEPRESSÃO SE AVIZINHA?

Bush vive um sombrio fim de mandato com turbulências econômicas. Mundo prende a respiração. Fantasma de 1929 volta a rondar o coração do capitalismo.
WASHINGTON (AFP) - A tempestade financeira está tornando muito obscuro o final do mandato do presidente americano, George W. Bush, que há tempos usava como um de seus principais argumentos contra seus críticos a boa saúde da economia americana.A quatro meses de chegar ao fim, a presidência americana vem se deparando com uma incômoda pergunta: será mesmo que a culpa desta crise é minha?A questão vem se impondo com tanta persistência que a resposta se tornou um dos grandes temas para as eleições presidenciais de novembro. Para o candidato democrata, Barack Obama, seu rival republicano John McCain representa quatro anos a mais desta política fracassada, depois dos oito de Bush. Mas McCain promete mudança.McCain e Obama já podem começar a pensar no que encontrarão no dia 20 de janeiro se forem eleitos: mais de 100.000 soldados americanos no Iraque, guerra de mais de sete anos no Afeganistão, o desafio do programa nuclear iraniano e uma aliança enfraquecida com o Paquistão.Além disso, no último trimestre, o governo de Bush viu as relações com a Rússia atravessarem a crise mais grave desde a Guerra Fria. Também viu surgirem dúvidas sobre o fim do programa nuclear da Coréia do Norte, praticamente perdeu a esperança de um acordo de paz entre isralenses e palestinos, e amargou a expulsão de seu embaixador na Bolívia.Quando chegou a hora, há poucos meses, de fazer os primeiros balanços da presidência Bush, o estado no qual o presidente deixaria a economia americana a seu sucessor surgiram diversos questionamentos, e hoje a situação é ainda pior.Há um ano, Bush parecia otimista: "Os dados fundamentais de nossa economia são fortes", disse, reconhecendo que a crise imobiliária semeava confusão.Os Estados Unidos se preocupam com o risco de recessão. O desemprego alcançou o maior nível em cinco anos em agosto.Diante das turbulências financeiras, a candidata republicana à vice-presidência, Sarah Palin, acusou "Washington" de ter dormido no tempo e julgou obsoleta a regulamentação dos mercados."Jogo com as cartas que herdei", defendeu-se o secretário do Tesouro, Henry Paulson."Temos uma estrutura de regulamentação financeira arcaica, que foi colocada em prática há muito tempo, logo após a Grande Depressão de 1929", disse.Obama disse que não considera McCain culpado pelas turbulências financeiras, mas incrimina "a filosofia econômica à qual ele subscreve". "É a mesma filosofia que tivemos durante os últimos oito anos", disse o candidato democrata.

Crise é inédita porque nasceu no coração do sistema financeiro, diz FMI
FolhaNews
O diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou nesta terça-feira que a crise econômica e financeira atual "não tem precedentes".”Estamos diante de uma crise financeira inédita, porque ela nasceu no coração do sistema, os Estados Unidos, e não de sua periferia, e afetou simultaneamente o mundo inteiro”, disse Strauss-Kahn no Cairo."Algumas partes do mundo estão mais ou menos afetadas, mas a desaceleração é geral", disse, acrescentando que "toda a economia mundial vai desacelerar entre meio ponto e dois pontos percentuais, inclusive na China e na Europa"."O que é novo representa mais perigo do que aquilo que se repete, mas uma das diferenças desta crise com relação à crise de 1929 é que agora dispomos de instrumentos que não nos permitem evitar a crise, mas atenuar as conseqüências e corrigir os efeitos dela, em particular o FMI", afirmou Strauss-Kahn.O chefe do Fundo se mostrou convencido de que "os atores do mercado desaparecerão, em particular nos Estados Unidos, com a possível extinção progressiva" de bancos de investimentos independentes, como Lehman Brothers ou Merrill Lynch."Isto se soma às incertezas e não podemos excluir as tensões financeiras a curto prazo", acrescentou.Para Strauss-Kahn, ao final da crise, o setor financeiro mundial será muito mais reduzido que o atual.ConcordataNessa segunda-feira, o banco de investimentos americano Lehman Brothers recorreu ao "Capítulo 11" da lei de falências dos EUA e pediu concordata, o que lhe permite tentar uma reorganização interna, mas intensifica a crise sofrida pela economia dos Estados Unidos. O sistema financeiro mundial foi abalado com a quebra do banco, o quarto maior do setor nos EUA. O governo americano não repetiu a ação de ajudar as empresas financeiras a evitar a quebra, como fez com as gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, que devem receber uma injeção de até US$ 200 bilhões. Sem ajuda do governo, compradores em potencial do Lehman, como o Barclays e o Bank of America, se afastaram do negócio. Além dos problemas do Lehman Brothers, o mercado digere as dificuldades da seguradora AIG (American International Group) e a venda do Merrill Lynch ao Bank of America.O governador do Estado de Nova York, David Paterson, anunciou ontem que deu uma autorização especial à seguradora AIG para que possa ter acesso a US$ 20 bilhões de capital nas mãos de suas filiais e, desse modo, aumentar sua liquidez.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

11 de Setembro: sete anos depois e ainda sem um memorial

Uma das mais ousadas e cruéis ações terroristas de toda a História aconteceu em 11 de setembro de 2001. Nesse dia, o mundo inteiro parou perplexo para acompanhar o ataque que pôs abaixo um dos símbolos do poderio econômico norte americano: as torres gêmeas do World Trade Center (WTC). Pelo local costumavam transitar cerca de 200 mil pessoas, 50 mil dos quais trabalhadores. O WTC tinha, no subterrâneo, um dos grandes entroncamentos de trens urbanos da cidade de Nova York. Momentos mais tarde, em Washington, o Pentágono, Sede do Ministério da Defesa e do Comando das Forças Armadas dos Estados Unidos, também era atacado.Numa espantosa ação coordenada, e tendo como armas grandes jatos comerciais seqüestrados - carregados de combustível -, terroristas lançaram na terça-feira, 11 de setembro de 2001, um gigantesco e devastador ataque contra os Estados Unidos. Às 08h45min, um Boeing 767-200 da United Airlines - que decolara de Boston às 7h59 para o vôo 175, rumo a Los Angeles, com 65 passageiros e nove tripulantes a bordo - é desviado e se choca contra a torre sul do World Trade Center, em Nova York. Pouco depois, às 9h03min, um segundo Boeing 767-200, da American Airlines - que partira de Boston às 8h10 para o vôo 11, rumo a Los Angeles, com 92 pessoas a bordo - atinge a torre norte do World Trade Center, diante das câmeras de TV. WTC foi o primeiro alvo. Pentágono seria atacado em seguida. Às 9h40 ocorre o ataque ao Pentágono. Em Washington, um outro jato da American Airlines (um Boeing 757) choca-se com instalações do Pentágono, nas proximidades da área de pouso de helicópteros. Faria o vôo 77, do Aeroporto de Dulles a San Francisco, com 58 passageiros e 11 tripulantes. Parte de um dos edifícios do Pentágono ficou muito danificada. Em seguida, as autoridades determinaram a evacuação da Casa Branca, Capitólio e Departamento de Estado. Pouco depois, o 4º avião sequestrado, vôo 93, caiu na Pensilvânia. Heróis americanos enfrentaram os terroristas, que lançaram o boeing ao chão. A exemplo das armas usadas - Boeings 767 e 757 da American e United Airlines, as duas maiores empresas aéreas americanas - os alvos escolhidos para a horripilante seqüência de atentados não poderiam ser mais simbólicos do poderio econômico e militar dos EUA: as torres gêmeas World Trade Center, de 110 andares, no coração do distrito financeiro de Nova York, que desabaram menos de uma hora depois de serem atingidas nos andares superiores por dois aviões, com 18 minutos de intervalo; e o Pentágono, a sede do Ministério da Defesa e do comando das forças armadas do país, nos arredores de Washington. Conseqüências - Os atentados foram atribuídos à rede Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, um terrorista que há 5 anos morava nas montanhas do Afeganistão. Naquela que foi chamada "cruzada contra o terror" pelo presidente americano George W. Bush, foi ordenado um ataque que devastou o país do centro-oeste asiático, na operação militar batizada de "Liberdade Duradoura". Vinte e seis dias depois de sofrer um devastador ataque contra os principais símbolos do imenso poder econômico e militar – o primeiro contra o território continental em quase 200 anos -, e após intensos preparativos militares e diplomáticos, os Estados Unidos desencadearam no domingo, 07 de outubro, a resposta militar com uma noite de bombardeio maciço contra instalações da rede terrorista Al Queda no Afeganistão. As primeira explosões foram ouvidas às 9 horas da noite (13h de Brasília) em Cabul, a capital do Afeganistão, e Kandahar, cidade mais ao sul que é a principal base política do mulá Mohamed Omar, o líder do Taleban. A operação durou pouco mais de dois meses. No sábado, 29 de dezembro de 2001, o Pentágono anunciava o fim da fase militar da guerra contra o terrorismo, anunciando planos para substituir os mais de mil fuzileiros navais estacionados em Kandahar por soldados do Exército.
Sete anos depois da destruição do World Trade Center nos atentados de 11 de Setembro, as complicações administrativas, logísticas e financeiras atrasam cada vez mais a reconstrução do chamado «Ground Zero», onde nem sequer as fundações da obra foram concluídas, segundo relata a agência AFP. Do majestoso projecto arquitectónico aprovado pelo governador do Estado de Nova Iorque, George Pataki, em Setembro de 2006, apenas as estruturas metálicas da «Torre da Liberdade» começaram a sair das entranhas da terra no local onde cerca de três mil pessoas encontraram a morte nos mais trágicos atentados da história dos Estados Unidos. No lugar das outras três torres desenhadas pelos arquitectos Norman Foster, Richard Rogers e Fumihiko Maki, as escavações ainda estão em curso. A construção da estação de metro do World Trade Center também está em modo pausa e o Memorial deverá ser inaugurado apenas em 2011. O bairro voltou a atrair novos empreendimentos e habitantes, mas o número de pessoas empregadas no comércio que vive à sombra do local de impacto é inferior ao que era antes de 2001, quando as Torres Gémeas ainda dominavam o horizonte de Manhattan, segundo dados recolhidos pela associação comunitária «Downtown Alliance». O orçamento inicial para a reconstrução do «Ground Zero» foi fixado em 15 mil milhões de dólares, mas as organizações que acompanham o projecto já calculam os gastos em pelo menos 18 mil milhões. À espera de um museu - Um enorme estaleiro é o que os visitantes encontram quando chegam ao local onde se erguia o World Trade Center. Muito foi prometido, mas muito há ainda a fazer. O Memorial irá ocupar metade do espaço que anteriormente recebia as Torres Gémeas. Para já, ainda só foi lançada a primeira pedra, mas já existe um museu temporário, mantido pela associação que reúne as famílias das vítimas dos atentados de 2001. O «WTC Tribute Center» está instalado perto do «Ground Zero» e tenta prestar homenagem aos que morreram. Mas, muitos dos artefactos que sobraram daquele dia 11 de Setembro, continuam à espera de um verdadeiro museu, que os possa guardar. São ambulâncias destruídas, malas cheias de pó, colunas de aço gigantes, muitas fotos, registos de áudio e vídeo.
fonte: http://diario.iol.pt/internacional/nova-iorque-torres-gemeas-11-setembro-eua
fonte: http://www.unificado.com.br/calendario/09/especial.htm

FORÇA, SELEÇÃO!

Galera, vou ser sincero: Não é hora de execrar a seleção, mas sim apoiar. Desde 2006 o técnico Dunga está sendo encarregado de reformar e criar uma nova seleção brasileira. E isso não acontece da noite para o dia. Não vejo nenhum outro país vaiar sua seleção ou gritar o nome da seleção adversária durante um jogo como fizeram ontem contra o Brasil. Isso não vai ajudar a seleção, pode ter certeza. Um trabalho de equipe é feito por equipe, e isso inclui a torcida. Garanto que se Dunga levar o Brasil ao Hexa em 2010 ele vai virar o melhor técnico, e ele vai ter todo o direito de ignorar a imprensa e destratar torcedores. Vencendo ou perdendo, sou Brasileiro e torço para minha seleção. Dunga, força para enfrentar os problemas. Confio em você!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Dunga tem que continuar na seleção!!! Serei Dunga até o fim!!!

Quem me conhece sabe que defendo Dunga até o fim. Meu ídolo da infância, cresci com ele jogando na seleção e conquistando junto dos companheiros o Tetra de 1994 - conquista bem mais emocionante que o Penta de 2002. Portanto, falem o que quiser, sou Dunga até morrer. No entanto, estava preocupado com o rumo da seleção nos ultimos meses, talvez por causa do falatório da imprensa. A vitória de ontem só veio confirmar o que já sabia. Dunga precisa continuar para dar seguimento a um trabalho longo, mas que certamente renderá resultados. Trabalho esse que não irá continuar se Dunga for substituido.
O jogo
Críticas, polêmicas e uma resposta significativa dentro de campo. Este é o resumo da semana da seleção brasileira que, no dia da Independência do Brasil, venceu o Chile por 3 a 0, fora de casa, em partida válida pela sétima rodada das Eliminatórias Sul-americanas à Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Com o resultado, a primeira vitória em território chileno desde 1991, a seleção brasileira chegou aos 12 pontos, superando a rival Argentina no saldo de gols (7 a 6), e dois pontos atrás do líder Paraguai. Já o Chile, que dava como certa a vitória sobre o Brasil, continua com 10 pontos, mas cai para a sexta posição, fora da zona de classificação.
POLÊMICA
A semana de preparação da seleção brasileira não foi nada fácil. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a postura do Brasil nas Olimpíadas de Pequim, e citou o argentino Lionel Messi como exemplo a ser seguido.Irritado, o goleiro Júlio César deu uma forte resposta na sexta e, no dia seguinte, pediu desculpas ao presidente, mas sugerindo que o mesmo fosse feito por Lula. Os outros atletas preferiram manter um discurso ameno.De forma indireta, a polêmica gerada criou um clima propício para a recuperação da seleção, o que ficou evidenciado na postura dos atletas durante a execução do Hino Nacional, com gritos de incentivo, apesar das vaias da torcida chilena.
"EL LOCO"
O técnico do Chile, o argentino Marcelo Bielsa, justificou seu apelido de "louco" ao escalar sua seleção com três atacantes e três zagueiros, forçando os meio-campistas a cobrir boa parte do gramado. A tática surtiu efeito apenas nos primeiros minutos, com jogadas pelas laterais. Aos poucos, a seleção brasileira tomou conta do meio-campo, com boa exibição de Diego, criando jogadas pelo meio. Numa delas, falta que Ronaldinho Gaúcho cobrou com categoria para o desvio de cabeça de Luís Fabiano para abrir o placar, aos 20 minutos.O gol brasileiro acabou com a confiança chilena. Atordoado em campo, o Chile era presa fácil para o rápido ataque brasileiro, que teve a chance para aumentar o placar aos 34, quando Diego sofreu pênalti. Ronaldinho Gaúcho cobrou, mas o goleiro Bravo defendeu.O revés, no entanto, não abalaria o bom jogo brasileiro e a "loucura" de Bielsa, que colocou mais um meia-atacante, sendo este Valdívia, ex-Palmeiras, convidando a seleção brasileira a contra-atacar, o que aconteceu aos 44, quando Luís Fabiano venceu a disputa e tocou para a conclusão precisa de Robinho, marcando seu sétimo gol em cinco confrontos diante dos chilenos.
INABALÁVEL



"nova atitude" da seleção brasileira foi posta à prova no começo da segunda etapa, com a expulsão de Kleber. Ao contrário do que poderia se esperar, os jogadores mantiveram a calma e deixaram de lado seus respectivos egos, como Ronaldinho Gaúcho, que teve de sair para a entrada de Juan para recompor a lateral-esquerda. Apesar da chateação, o meia entendeu a decisão de Dunga. Já o Chile, que via sua festa ser estragada por um rival histórico, tratava de forçar jogadas pelo meio na tentativa de ter um pênalti a seu favor; esforço em vão que gerou frustração e, conseqüentemente, faltas desnecessárias, causando a expulsão de Valdivia, que passou a semana confiante de que conquistaria um excelente resultado diante do Brasil, apagando seu passado turbulento na seleção "roja".
CONFIRMAÇÃO
Superior em campo, o Brasil tratou de se impor com seu terceiro gol, que aconteceu aos 37 minutos do segundo tempo, novamente com Luís Fabiano que, após a boa atuação diante do Uruguai, no Morumbi, assumiu de vez a condição de titular. Agora, o Brasil tem a chance de chegar à liderança com um tropeço improvável do Paraguai na próxima rodada diante da Venezuela, em Assunção, e uma vitória diante da Bolívia, na quarta-feira, às 22h, no Engenhão, no Rio.

sábado, 6 de setembro de 2008

Marta Suplicy segue imbatível

Marta Suplicy mantém liderança em São Paulo com 40% dos votos, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado pela TV Globo revela que a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, mantém a liderança com 40% das intenções de voto. A pesquisa completa será publicada na edição da Folha deste domingo. O Datafolha entrevistou 1.091 eleitores nos dias 4 e 5 de setembro de 2008. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo sob o número 02200108-SPPE/2008. O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, está com 22% do eleitorado. Em terceiro lugar está o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), com 18%. Como a margem de erro é de 3 pontos percentuais, Alckmin e Kassab estão empatados tecnicamente em segundo lugar. Segundo Datafolha, Paulo Maluf (PP) está com 8% e Soninha Francine (PPS) está com 3%. Os candidatos Ciro Moura (PTC), Edmilson Costa (PCB), Ivan Valente (PSOL), Levy Fidelix (PRTB) e Renato Reichmann (PMN) não atingiram 1% das intenções de voto. Segundo o Datafolha, 4% dos eleitores estão indecisos e 5% pretendem votar em branco. Líder nas pesquisas, Marta Suplicy vai declarar neste sábado à Justiça Eleitoral uma arrecadação superior à de Gilberto Kassab na segunda prestação de contas exigida pela lei. A informação é do blog Campanha no Ar. Segundo informações obtidas pela Folha, só as doações feitas à candidata chegam a R$ 5,3 milhões. Além das contribuições contabilizadas em favor da candidata, o comando de campanha terá ainda que registrar arrecadação de todo o comitê financeiro. Já o comitê financeiro de Kassab deve declarar ao TRE uma receita de cerca de R$ 4 milhões ao longo do mês de setembro. O comando de campanha do prefeito esperava repetir o desempenho do mês passado: R$ 6,4 milhões. O comando de campanha de Geraldo Alckmin não informou o total arrecadado pelo candidato do PSDB. No mês passado, o comitê financeiro de Alckmin declarou uma receita de R$ 770 mil. A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, disse nesta sexta-feira que não está preocupada com o crescimento do prefeito Gilberto Kassab (DEM), que concorre à reeleição, nas pesquisas de intenção de voto. Questionada pela imprensa sobre a fala de Kassab, que disse que a candidata petista estava "nervosinha", Marta desconversou. "Não estou preocupada com Kassab e sim em apresentar minhas propostas", afirmou. Líder nas pesquisas, a petista acirrou os ataques ao candidato do DEM nos programas gratuitos de rádio e TV, depois que o mesmo subiu para 14% na última pesquisa Datafolha. Nesta sexta-feira, Marta visitou o centro de triagem de coleta seletiva de lixo da Capela do Socorro, em Interlagos, na zona sul. Ela afirmou que, se eleita, pretende ampliar o número de postos de reciclagem. Segundo a candidata, os 15 existentes trabalham apenas 0,5% do lixo de São Paulo. A expectativa é atingir 30%. "Hoje produzimos 13 mil toneladas por mês, então é muito pouco o que se recicla", afirmou. No final da manhã, a petista seguiu para o comércio de Piraporinha, também na zona sul. Em cima de um caminhão, ela falou para mais de cem pessoas que estavam no local. Ela pediu votos para vereadores da região e voltou a vincular sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Lula disse que governa para todos os brasileiros, mas tem carinho especial pelos mais pobres. E nós vamos governar para São Paulo, principalmente para os que andam de ônibus, vão ao centro de saúde e precisam de ensino público", afirmou. Ao som de “Marta nunca mais”, coro dos manifestantes pró-Alckmin, o ex-governador apresentou suas propostas de governo na área de transportes e assumiu o compromisso de expandir o Metrô e as linhas da CPTM. “Vamos ajudar o Governo do Estado a fazer mais uma estação em Parelheiros e ampliar o Metrô o mais depressa possível. Metrô e trem é responsabilidade do Governo, mas o prefeito pode e deve participar”, afirma. Alckmin também se comprometeu a gerar empregos, uma das bandeiras mais importantes para a classe trabalhadora do setor. “São Paulo é a terra do trabalho, onde os sonhos se realizam.Vou criar uma agência de desenvolvimento e farei um grande trabalho de qualificação profissional.” Segundo Raimundo Celestino Gomes -o 'Maguila', líder do movimento Resistência e Ação, na época em que Marta foi prefeita, aproximadamente 22 mil homens ficaram desempregados e 19 empresas de viação foram fechadas. “Estou há 15 anos nessa garagem. Queremos o mínimo de condições para os pais de família. Marta jogou muitos trabalhadores na rua”.Mesmo citar nomes, o tucano voltou a criticar a gestão da candidata do PT, Marta Suplicy. Na opinião de Alckmin, os corredores de ônibus criados pela ex-prefeita são ineficientes, caros e de baixa qualidade. “Os corredores só segregam e prejudicam, pois não é permitido ultrapassar. Corredor tem que dar prioridade e velocidade aos ônibus.” Questionado se a gestão do atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM) negligenciou o setor de transportes, Geraldo Alckmin preferiu não analisar. “Não vamos ficar com o farol voltado para trás, o que interessa é que esse é um dos mais graves problemas da cidade. Como o transporte coletivo é deficiente, não tem como resolver o trânsito. Vamos torná-lo eficiente para que as pessoas que possuem carro passarem a usar o coletivo.”

Dilma anuncia verba para metrô em programa eleitoral de Marta
Oposição quer que Justiça barre o que considera uso indevido da máquina em favor da candidatura do PT

A oposição reagiu na sexta-feira, 5, indignada à promessa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, feita no horário eleitoral gratuito da candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, de que o governo federal vai investir no transporte público da capital paulista, o que inclui o metrô. A propaganda de Marta tem destacado que prefeitura e União vão colaborar para a construção de 47,4 quilômetros de novas linhas para o metrô. Para líderes do PSDB e do DEM, a afirmação da ministra evidencia o uso da máquina pública federal em favor da candidatura da ex-prefeita. Os tucanos estudam acionar a Justiça Eleitoral contra Marta. A declaração de Dilma no horário eleitoral petista foi enfática. "Essa questão do transporte urbano em São Paulo, eu te asseguro que o governo federal não tem só todo interesse, mas como ele compõe o nosso programa. Como nós não trataríamos um dos problemas mais graves?", argumentou a ministra, pela manhã, no programa de rádio petista. "O item não está no Orçamento, pois os primeiros recursos que nós vamos usar não são do Orçamento Geral da União, e sim financiamentos a serem liberados através dos recursos públicos que nós temos via BNDES e Caixa Econômica Federal. São Paulo pode ficar tranqüila no que depender do governo Lula." Dilma é a candidata preferencial do Planalto para a sucessão de Lula em 2010.Líderes da oposição protestaram. "Isso é o uso escancarado da máquina. Só posso imaginar que a ministra Dilma vai desmentir isso", afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ao ser informado do contexto e das circunstâncias que levaram Dilma a aparecer fazendo promessas no programa de Marta. O tucano é a favor de que o PSDB acione a Justiça contra o PT. "Vou conversar com o partido em São Paulo para acionarmos a Justiça. Temos de cobrar correção nisso." Guerra falou em "desrespeito ao povo de São Paulo". E prosseguiu: "O povo precisa do investimento, mas utilizar isso dessa maneira é um absurdo. Um claro e escancarado uso da máquina". Na mesma linha reagiu o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). "Essa gente não tem nenhum pudor. De um governo que faz grampo se pode esperar, infelizmente, de tudo", disse Rodrigo Maia. Foi uma referência ao grampo supostamente feito pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O governo nega envolvimento.Ele ressaltou ainda ser mentirosa a promessa de Dilma e cobrou atenção da Justiça Eleitoral para o caso. "Espero que a Justiça Eleitoral, sempre tão atenta a tudo, também esteja atenta para esse caso", afirmou o presidente do DEM.Política de governo.Os petistas, por sua vez, contestaram as acusações. O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), negou uso da máquina federal na campanha de Marta. "Se a ministra Dilma falasse 'vote na Marta que o governo vai fazer metrô em São Paulo' poderiam falar em uso da máquina. Mas não foi nada disso o que aconteceu. A ministra falou da política do governo e ela apareceu como apoiadora, que é, da Marta", defendeu Berzoini. O coordenador da campanha da ex-prefeita, deputado estadual Carlos Zarattini (SP), fez coro a Berzoini e disse não ver problema algum no fato de Dilma ter aparecido no programa da petista para dizer que o governo aplicará recursos no metrô. "Ela está dando a opinião dela como pessoa. Além disso, ela apenas disse que o dinheiro virá, independentemente de quem for o prefeito."As declarações de Dilma vão servir de munição de ataque para os principais adversários de Marta, Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM), segundo o comando das duas campanhas. Ontem mesmo, eles já criticaram a presença de Dilma na eleição paulistana. "Acho um grande equívoco e não acredito que o presidente Lula vá discriminar a cidade de São Paulo se o prefeito não for do PT", afirmou Kassab. Alckmin considerou "estranha" a participação de Dilma. "A Caixa e o BNDES fazem financiamento. Isso não é recurso federal para o metrô", afirmou.Até aqui distante da campanha, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), um dos principais nomes do partido para a sucessão de 2010, também entrou na polêmica. Ele disse acreditar que Marta tenha se confundido. "Fazer metrô não é como fazer uma linha de ônibus. Eu acho que a Marta Suplicy, às vezes por causa da assessoria dela, está se confundindo. Ela não sabe bem o que significa metrô e está sendo mal assessorada."
fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/sao_paulo/noticias/2008/09/05/alckmin
fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/eleicoes2008/not_cid237364,0.shtm

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

McCain acha que ainda dá pra virar

McCain promete mudar Washington ao lado de Palin

O candidato republicano à Casa Branca, John McCain, disse nesta quinta-feira que, se for eleito presidente em novembro, Washington conhecerá "a mudança". "A mudança está chegando", afirmou McCain, no discurso desta noite, na Convenção Republicana. Antes de seu discurso, um vídeo apresentou o candidato destacando que "a mudança virá da força, com um homem que encontrou a força há quilômetros de distância dos EUA", na Guerra do Vietnã. "Eu encontrei a parceira ideal para me ajudar a transformar as coisas em Washington, Sarah Palin. Obrigada pela acolhida que deram a ela ontem aqui", disse em referência a sua vice, a governadora do Alasca, discursou ontem na convenção. McCain também descreveu a experiência de Palin no Executivo, no combate à corrupção e nos temas relacionados à energia, além de elogiar seu desempenho "como mãe de cinco filhos". Desde o início desta semana, a republicana conservadora ocupa as principais manchetes da mídia americana por notícias relacionadas a sua vida pessoal, entre elas, a gravidez da filha adolescente Bristol. "Estou orgulhoso de ter apresentado nossa próxima vice-presidente ao país. E estou impaciente para apresentá-la em Washington", afirmou. O corte de impostos foi outra promessa. "Vou reduzir os impostos, vou abrir mais mercados, vou cortar os gastos do governo, vou gerar empregos", continuou McCain.
"Me chamam de Maverick porque sei para quem trabalho. Não é para o partido ou para interesse próprio, é para vocês", afirmou ao público, que o aplaudiu de pé.
Democratas : Sobre o adversário e democrata Barack Obama, McCain destacou: "há mais coisas que nos unem do que nos separam, somos os dois americanos e isso é mais importante para mim do que qualquer coisa". "Mas que não exista dúvidas, nós é que vamos vencer estas eleições", acrescentou, criticando as demandas democratas por mais atuação do Estado. "Tudo o que vocês pediram é um Estado que fique do lado de vocês e não no caminho de vocês", afirmou McCain.
Após lembrar que durante seus 26 anos no Senado trabalhou em conjunto com representantes de ambos as legendas, McCain vai destacar que, como presidente, também governará assim.
"Estenderei a mão a qualquer um que me ajudar a fazer este país progredir de novo", prometeu. "Tenho um histórico e marcas que comprovam isso, Obama não tem", acrescentou em referência a sua experiência militar na Guerra do Vietnã. "Prefiro perder as eleições do que ver meu país perder a guerra. Eu luto pela América, por vocês. Lutei por mais tropas no Iraque, quando isso não era uma coisa popular", afirmou. Enquanto McCain defende a retirada gradual das tropas americanas do Iraque, segundo as condições no terreno, Obama é a favor de que seja estabelecido um cronograma para a saída dos soldados.
Diplomacia : O senador republicano disse ainda que seu amor pelos EUA ficou mais forte durante os anos em que ficou preso como refém dos norte-vietnamitas. "Amava esse país porque não era só um lugar, mas um ideal, algo pelo que valia a pena lutar. Nunca mais fui o mesmo. Não pertencia mais a mim mesmo. Pertencia a meu país", afirmou McCain. "É hora de mostrar ao mundo como a América lidera. Estou pronto para enfrentar as ameaças, não tenho medo delas", acrescentou, ressaltando sua experiência na área de relações internacionais. "Sei como o mundo funciona, conheço o bem e o mal. Sei lidar com líderes que compartilham os mesmos ideais que os nossos e sei enfrentar aqueles que são contrários", disse.
Protesto : Vários ativistas contra a guerra interromperam o discurso de McCain, minutos após o senador ser indicado candidato à presidência dos Estados Unidos. "Aceito com gratidão e humildade", disse McCain, que agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, por sua condução do país em tempos de guerra, momentos antes de duas pessoas na platéia protestarem contra o conflito no Iraque, mostrando cartazes com frases contra a "ocupação americana no Iraque" Em seguida, os seguranças do evento retiraram os manifestantes, enquanto a multidão gritava "U.S.A, U.S.A". As bandeiras exibidas pelos dois manifestantes foram tomadas com energia pelos membros da segurança.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Atentado contra a democracia no Brasil

CRISE DOS GRAMPOS
“Indignado”, Lula afasta cúpula da Abin
Depois de defender o diretor do órgão, Paulo Lacerda, o presidente cedeu à pressão do Supremo e do Congresso e afastou a alta direção da agência, suspeita de estar por trás de escutas ilegais

Desta vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu rápido. Em resposta à pressão do Supremo Tribunal Federal (STF), que cobrou providências sobre a existência de grampo telefônico contra o presidente da Corte, Gilmar Mendes, Lula afastou temporariamente toda a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Agentes do órgão são suspeitos de ter feito a escuta de forma ilegal, segundo reportagem da revista Veja.Entre os afastados estão o diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, e o diretor-adjunto José Milton Campana. O afastamento deve durar até a conclusão das investigações da Polícia Federal (PF) para apurar responsáveis pela arapongagem. Nos bastidores, interlocutores de Lula definiram a decisão como uma “solução Hargreaves”, referência ao ex-ministro Henrique Hargreaves, afastado do governo Itamar Franco em razão de denúncias, mas que voltou ao cargo por falta de provas contra si.Por meio do porta-voz, Marcelo Baumbach, Lula se disse “indignado” com o episódio do grampo. Em nota distribuída no início da noite de ontem, depois de três reuniões em que discutiu o tema, Lula afirma que o afastamento se deu para “assegurar a transparência do inquérito”, até o final das investigações. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal (PF) irão investigar a autoria do grampo ilegal que interceptou conversa entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).A repercussão sobre o grampo ilegal tomou o dia de Lula. De manhã, ele não aceitou pedido de demissão de Lacerda. Depois, cedeu ao argumento de Mendes e do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), de que precisava dar resposta mais dura do que uma investigação da PF e uma sindicância da Abin.Félix suspeita de contratação de arapongas por banqueiroNos encontros com Garibaldi e Gilmar, Lula defendeu Lacerda. Disse que ele havia feito um bom trabalho na PF e que não o demitiria para dar uma satisfação à opinião pública. Na reunião com auxiliares, Lula optou pelo meio-termo: o afastamento temporário.O dia foi tenso no Planalto. Na reunião da manhã em que Lula recebeu Mendes, o presidente do STF demonstrou “tensão” e “nervosismo”, segundo relato do presidente da República aos senadores que foram à tarde ao Planalto.O encontro da manhã teve a presença de Lula, Mendes, do vice-presidente do STF, Cesar Peluzzo, e do ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto. Também participaram os ministros Jorge Armando Félix (Segurança Institucional), Tarso Genro (Justiça), Nelson Jobim (Defesa) e Franklin Martins (Comunicação).Nas reuniões com Mendes e Garibaldi, o general Félix, disse que a hipótese principal para a escuta ilegal era a seguinte: um ou mais agentes da Abin teriam sido contratados pelo banqueiro Daniel Dantas para fazer e divulgar o grampo. À tarde, Lula assentiu com a cabeça quando o general expôs sua principal hipótese. Também participaram do encontro os ministros José Múcio (Relações Institucionais), Tarso e o vice-presidente José Alencar. Entre os congressistas, Garibaldi e os senadores Tião Viana (PT-AC) e Demóstenes.

A crise é institucional?
A descoberta de uma escuta ilegal de uma conversa do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, é um episódio grave. Mas não é uma crise institucional, trata-se de um caso de polícia. As informações são de Kennedy Alencar, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Ouça outros podcasts com a participação do jornalista. Para o colunista, tratar o caso como se fosse um conflito institucional é deseducador do ponto de vista democrático. "Inflar um episódio grave como se houvesse uma crise entre os Poderes da República atende aos interesses de bandidos que têm o objetivo de minar o trabalho da Polícia Federal nos últimos anos." O instrumento do grampo é usado no mundo inteiro. Com ordem judicial, é um dos instrumentos mais eficazes para ajudar a desvendar crimes, segundo Alencar.
"A demonização dos grampos, como se houvesse uma máquina fora de controle dentro do Estado brasileiro, ainda carece de comprovação. Há muito de paranóia e de interesses políticos e empresarias em jogo", avalia o jornalista. Ele diz que há empresários que contratam grampos ilegais de empresas e de agentes privados. "Há um submundo do crime que, este sim, merece combate feroz." De acordo com Alencar, atualmente é muito fácil para um acusado contratar um grampo ilegal e vazá-lo para a imprensa, como se fosse obra de um órgão do governo. Para ele, mesmo na hipótese de que setores da PF (Polícia Federal) ou da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) tenham feito o grampo, é preciso cautela para que uma crise artificial não provoque retrocesso em um trabalho de combate ao crime, que tem acumulado mais acertos do que erros.
"Demonizar a Polícia Federal e o diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, pode ser um mau negócio para o país. Lacerda dirigiu a PF com honestidade e foi duro no combate aos crimes de colarinho branco. Ele tem credenciais que não podem ser jogadas na lata do lixo", conclui o colunista.

Grampos: oposição cobra ação de Lula ou impeachment, diz jornal
A oposição ameaça denunciar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por crime de responsabilidade, por omissão no caso das supostas escutas clandestinas da Abin nos telefones dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e do Congresso, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN). A denúncia abriria espaço para um processo de impeachment. As informações são do O Estado de S. Paulo. "Ou o presidente toma uma atitude rápida e aponta os responsáveis pelo grampo, ou, se continuar calado e omisso como está, ficará como responsável perante a sociedade e terá de responder por isto com base na lei do impeachment", advertiu ontem o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), ao jornal.
De acordo com o deputado, o presidente poderia ser enquadrado no artigo 7º da Lei do Impeachment. Segundo o texto, é crime "servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua". Também é irregular "violar patentemente qualquer direito ou garantia individual". O DEM quer realizar uma parceria com o PSDB. Os tucanos irão se reunir na quarta-feira, em Brasília, para uma reunião da Executiva Nacional que irá "discutir o momento político e a crise entre poderes".De acordo com a matéria divulgada pela Veja neste fim de semana, a Abin teria gravado conversa telefônica do ministro Gilmar Mendes com o senador Demóstenes Torres no dia 15 de julho. A revista traz a transcrição do diálogo e afirma que as informações foram passadas por um servidor da agência, que pediu anonimato. A assessoria de Mendes confirma a conversa com o senador.No telefonema, Demóstenes pede ajuda a Gilmar contra a decisão de um juiz de Roraima que teria impedido o depoimento de uma importante testemunha na CPI da Pedofilia, da qual é relator. Mendes agradece a Demóstenes por ter criticado, na tribuna do Senado, o pedido de impeachment do presidente do STF feito por um grupo de promotores descontentes com o habeas corpus concedido ao banqueiro Daniel Dantas - na época, a Polícia Federal acabara de concluir a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro.Em nota à imprensa, a Abin informou que abrirá sindicância interna para investigar a suposta espionagem ilegal no Supremo.

Grampo gera nova crise institucional no Brasil, diz "El País"
da BBC Brasil
A denúncia publicada pela revista "Veja" desta semana, que afirma que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres foram submetidos a escutas telefônicas nas últimas semanas causou uma "nova crise institucional" no Brasil, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal espanhol "El País". Com o título "Um caso de espionagem agita de novo as instituições do Brasil", o jornal comenta a reportagem e afirma que o presidente Luís Inácio Lula da Silva prometeu investigar as denúncias de grampo, que teria sido realizado pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência). "De fato, Mendes cancelou uma viagem à Coréia do Sul a espera de que Lula ofereça explicações, e Demóstenes considerou gravíssimo o fato de que os serviços secretos espionem membros de órgãos independentes do Estado como o Supremo e o Congresso", diz o jornal. "Ao que parece, também foram espionados a ministra da Presidência da República, Dilma Rousseff, que alguns consideram a pessoa que Lula apoiará como candidata à presidência, e o próprio chefe do gabinete de Lula, Gilberto Carvalho", afirma o "El País". O diário espanhol explica que as suspeitas recaem sobre um grupo hostil a Lula dentro da própria Presidência, e que Lula teria classificado as escutas ilegais de "inaceitáveis" e "gravíssima violação do direito de comunicação". A Abin nega as acusações e a Polícia Federal prometeu investigar, destaca o "El País". "No entanto, há tempos que se denunciavam casos de escutas telefônicas ilegais a políticos, juízes e ministros." "Calcula-se que mais de meio milhão de brasileiros tenham seu telefone controlado, e, por conta disso, algumas pessoas já haviam pedido uma lei mais severa para lidar com o problema; entre outras coisas, exigem que a polícia só possa praticar escutas telefônicas com fins judiciais com uma ordem judicial explícita", diz o jornal espanhol.