
A Câmara dos Estados Unidos rejeitou nesta segunda-feira o pacote de socorro ao setor financeiro por 228 votos contra e 205 a favor . Para aprovação, seriam necessários 218 parlamentares favoráveis. Entre os votos contrários ao plano de ajuda, 133 vieram do Partido Republicano (do presidente George W. Bush) e 95 do Democrata. Parlamentares defensores das medidas disseram que vão se esforçar para que o pacote volte a ser considerado pelo Congresso o quanto antes, segundo o site do jornal "The New York Times". Em conseqüência da rejeição à proposta, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu mais de 10% e teve suas operações interrompidas, voltando a funcionar depois de cerca de meia hora. O principal indicador de ações fechou em queda de 9,36%.Segundo informações da Casa Branca, após o anúncio da rejeição,
o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que ficou "muito decepcionado" e confirmou que se reunirá ainda nesta segunda-feira com seus assessores para determinar os próximos passos a serem dados.Congressistas dos Estados Unidos haviam anunciado no domingo (28) que chegaram a um acordo sobre como seria o socorro do governo ao setor financeiro, informação que agora se mostra incorreta.Ainda que as discordâncias entre parlamentares fossem nítidas, a rejeição à proposta pega muitos investidores de surpresa, uma vez que há um consenso entre os legisladores americanos de que é necessária alguma medida significativa contra a crise. Instituições financeiras dos Estados Unidos passam por seu pior momento desde a Grande Depressão, ocorrida no final da década de 1920 e nos anos de 30. Por terem grande liberdade de atuação, bancos americanos investiram fortemente em papéis ligados a empréstimos hipotecários de alto risco. Os títulos foram sendo repassados de uma instituição a outra, aumentando o número de bancos expostos a esse risco. O aumento da inadimplência nos empréstimos hipotecários provocou fortes perdas nas instituições expostas a esses títulos. Os papéis se tornaram ilíquidos, ou seja, há pouquíssimo interesse dos investidores em comprá-los devido à incerteza em torno do seu valor real.O debate sobre o salvamento do setor financeiro gira em torno de o que fazer com esses títulos e como evitar que, futuramente, ocorra novamente esse problema. Nas últimas semanas, o governo dos EUA teve que resgatar grandes instituições, como as duas maiores empresas americanas que operam títulos de créditos imobiliários (Fannie Mae e Freddie Mac).Outros bancos em dificuldade acabaram sendo comprados por instituições privadas. O Merrill Lynch foi adquirido pelo Bank of America; o Washington Mutual, pelo JPMorgan Chase; o Wachovia pelo Citigroup.O pacote de socorro serviria apenas para apagar o incêndio financeiro nos EUA. Para remover de uma vez os escombros e reerguer o mercado com segurança, analistas têm defendido novas regras de regulação do setor.

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